sábado, 13 de julho de 2013
O VÉU
Levantei o véu
E descobriNo corpo do passado
A veste simples
Tão ausente.
E eu não era diferente.
E vi no presente
O complexo fardo
Nesta ausência.
A natureza reclama
A simplicidade
Que não tem hora.
A dor faz-se dama
E até mesmo senhora
Desta hipocrisia.
Ah! Quem me dera...
Quem me dera
Romper com esta escuridão
E novamente
Rever a luz do dia.
05/11/07 (12:20)
(Adyr Pacheco)
VIDA CIGANA
Numa ansiosa ternura
Agora se manifesta
Na ironia explícita
Da hipócrita candura.
É o paradoxo da criatura,
Entre imagens desafiantes
Idéias e ideais flutuantes.
É apenas a criatura
Na sensibilidade humana
Que se proclama “Narciso”
Com o sentimento
Que de “Si” emana.
E deita-se sobre a cama
Em sonhos e devaneios
De uma vida cigana.
23/04/05 (20:55)
(E. Swami Senghor)
TRAGICIDADE
...E percebo
Um mundo de olhos cegos.
Contudo em todas as horas
Sugere-me o conflito
A solidão e o medo.
Desfigurado
E sem segredos
Ante a tragicidade
Que toca,
Vejo-me aplaudido.
E não sinto mais meu grito
De surpresa,
Ou medo com certeza
No abrir
Ou no fechar da porta.
(E. Swami Senghor)
QUIMERA
Ah! Esta mulher
Que me enlouquece,
Se insinua na minha rua
E nos meus sonhos
Adormece.
Ah! Esta mulher
Que eu nego.
Que renego em cada verso
E no avesso me deixa
Com a alma plena
Em queixas.
Ah! Quem me dera
Fosse esta mulher,
Aquela que sonho
Na etérea beleza
Que meu espírito venera
E não simplesmente
Uma quimera.
15/02/05 (18:00)
(E. S. Senghor)
ENVOLVIMENTO
Do luar
Sobre as vagas,
O mar, as águas,
E no infinito o nada.
No limiar, o canto
A luz o fado
E o pranto
(A lágrima derramada)
O nada...
O ar que me envolve
A atmosfera
Que absorve mansamente,
A tristeza de min’halma
A melancolia,
A grande agonia.
E não sinto a suavidade
Do sono,
Que simplesmente
15/02/05 (17:45)
(E. S. Senghor)
MUTILADO
No tempo
Deixo as histórias.Me vejo menino
No passado das memórias
Já cansado,
Sigo o caminhar
Das longas horas.
Atrás da porta
Restos mutilados
De sonhos cultivados.
Nas ondas do mar
Me afogar anseio
Alheio a tudo
Vivendo o meu tudo
Neste todo sem meio
Na amplitude
Das vagas.
A soluçar sem lágrimas,
A sorrir como bêbado
Sou um livro sem páginas
No delírio desta estrada.
14/02/ 05
(E.Swami Senghor)
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